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Fundação Estadual do Meio Ambiente - FEAM

Potencial de Minas Gerais no mercado de carbono é destaque no segundo dia de workshop

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Foto: Feam/Divulgação 

WORKSHOP CARBONO 2 DENTRO

Foram dois dias de evento, com a participação de palestrantes nacionais e internacionais 

 

Ao propor diálogos, reunir setores públicos e privados, e investir em políticas de mitigação das mudanças climáticas, Minas Gerais é considerado um estado com alto potencial para se destacar no mercado de carbono no Brasil. É o que afirmaram representantes de organizações e especialistas na área, durante o segundo dia do workshop “Mercados de Carbono: caminhos para impulsionar soluções climáticas baseadas em mecanismos de mercado em Minas Gerais”, realizado nesta quinta-feira (17).

 

Promovido pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e a Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), em parceria com a Associação Internacional de Comércio de Emissões (IETA) e a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o evento começou na quarta-feira (16) e terminou nesta quinta-feira. Foram 100 inscritos, entre eles representantes dos setores público e privado, atores nacionais e internacionais.

 

Com três sessões de palestras, na quais foram apresentados cases em áreas diversas e organizada uma dinâmica entre os participantes, o segundo dia de evento abordou as oportunidades atuais e futuras de Minas nas vendas e compras de crédito de carbono.

 

Segundo o presidente da Feam, Renato Brandão, o workshop foi um passo importante para as diretrizes do mercado de carbono no estado, ao reunir atores-chave desse processo. “Nesses dois dias, trouxemos especialistas de diferentes partes do mercado, o que permitiu aos participantes uma visão mais ampla do processo. A nossa intenção é que, a partir disso, possamos evoluir em estratégias de engajamento junto ao mercado de carbono, alinhado às ações governamentais e às melhores práticas internacionais”, disse.

 

O assessor de Política Internacional da IETA, Pedro Venzon, ressaltou que, para se engajar no mercado de carbono, é preciso conhecimento. “Vejo o Governo de Minas com muita capacidade técnica para essa questão. Já há um entendimento sobre esse mercado e se busca aprimorá-lo, por meio de diálogos com o setor privado e o governo federal. No sentido econômico, há potencialidade tanto para a agricultura quanto para a siderurgia e mineração, que são setores-chave da economia mineira. Entender essas particularidades para agregar o que vem sendo discutido no âmbito nacional é importante para que Minas consiga desenvolver uma estratégia, a fim de que os mercados de carbono potencializem a capacidade de atingir as metas climáticas do Estado”, disse.

 

Debate

 

Neste segundo dia, as sessões de palestras apresentaram cases de empresas para vendas e compras de créditos de carbono em áreas do saneamento, mobilidade, reflorestamento, avicultura e agricultura. Os participantes puderam conhecer o panorama desse mercado no Brasil, além dos caminhos e desafios.

A representante da empresa Tembici, Tallita Marão, apresentou o projeto de bicicletas elétricas, considerado um dos primeiros projetos do mundo a gerar crédito de carbono por meio das bikes. Ela contou sobre a venda de créditos por meio de leilão e antecipou que o projeto está chegando em Belo Horizonte, com 500 bicicletas em 50 estações.

 

A representante do Ministério da Agricultura e Agropecuária, Fabiana Alves, abordou as oportunidades de Minas para créditos de carbono na agricultura, para o qual chamou atenção o compromisso do Estado de recuperar 12% de pastagens degradadas. Segundo Fabiana, a recuperação dessas áreas melhora o sequestro de carbono e mitiga as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). “Há nesse processo uma grande oportunidade”, destacou.

Simulação

 

Após as apresentações, houve uma dinâmica especial de simulação de um mercado de carbono, por meio do software CarbonSim, testado por mais de 3.500 públicos-alvos em mais de 30 países. Os participantes foram convidados a gerenciar empresas virtuais reguladas num sistema de comércio de emissões (ETS) para reduzir as emissões ao menor custo possível.

 

A ferramenta usada na dinâmica permitiu dar vida aos mercados, ensinando os princípios do comércio de emissões, desmistificando o desenvolvimento e a implementação de uma estratégia de gestão de portfólio de carbono e demonstrando que os resultados são impulsionados por um design inteligente do sistema. A condução foi de Josh Margolis, um dos criadores do CarbonSim para o renomado Programa de Clima do Environmental Defense Fund (EDF).

 

Crédito de carbono

 

Essa ferramenta é considerada importante na luta contra as mudanças climáticas, uma vez que atribui um valor financeiro à redução das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). Assim, quando uma empresa ou projeto consegue, comprovadamente, reduzir emissões ou sequestrar GEE, podem ser gerados créditos de carbono. Cada crédito representa uma tonelada de dióxido de carbono (CO?) ou equivalente de outros GEEs que deixaram de ser liberados ou são capturados no meio ambiente.

 

Esses créditos podem ser comprados por empresas com dificuldades em reduzir suas próprias emissões. Isso cria um mercado no qual as empresas podem investir em projetos que reduzem as emissões de forma mais eficiente, compensando suas próprias emissões excedentes.

 

Luciane Evans
Ascom/Sisema

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